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À FRENTE DA FENIN FASHION EM SP E GRAMADO, JULIO VIANA AFIRMA: “VAI TER FRIO ESTE ANO, MAS O BRASIL PRECISA PARAR DE ANDAR DE LADO”

Com duas edições nesse mês, na capital paulista e no Sul, o evento promete começar o ano movimentando o mercado, apesar de, na opinião do empresário, haver estagnação e limitações daquilo que o governo realmente consegue fazer por hora

Para o empresário Julio Viana, da Expovest, 2017 é ano test drive. Depois de um 2016 dificílimo, é preciso arregaçar as mangas e partir para o trabalho pesado a fim de tentar recuperar a economia, sem depender tanto de uma resposta oficial. Segundo ele, agora não há tanta coisa a ser feita pelo governo. “O segundo semestre não foi bom para o mercado têxtil, o Natal foi no máximo razoável. Mas, a inadimplência está grande, foi na base de 30%, falta dinheiro na praça, todo mundo está pagando atrasado e o desemprego é altíssimo. Isso tudo afeta”, ressalta o profissional à frente de duas feiras de moda que prometem sacudir o mercado ainda em janeiro – a 2ª Fenin Fashion Inverno São Paulo, que movimenta o Anhembi de 15 a 18 deste mês, e a 21ª Fenin Fashion Outono Inverno RS, com 600 expositores e cerca de 1800 marcas, que acontece logo depois em Gramado, no Pavilhão do Serra Park entre 24 e 27.

Julio Viana, da Expovest: para o empresário, o prognóstico de uma estação fria deve se repetir em 2017, mas a temperatura baixa será apenas um dos fatores que possibilita a virada do setor têxtil neste ano (Foto: Divulgação)
Nas feiras da Fenin não há firula, só business. São produtores e distribuidores dos segmentos que abastecem redes de multimarcas e fast fashions com produtos dos segmentos de jeanswear, malharia, tricô, underwear e moda descomplicada, aquilo que realmente faz dinheiro e gira. Basta dizer que, na última edição deverão da Fenin Fashion São Paulo, a 4ª edição de verão, em julho passado, circularam 10 mil visitantes de 25 estados brasileiros, além de compradores de 18 países: Antilhas Holandesas, Argentina, Belize, Bolívia, Chile, China, Colômbia, Estados Unidos da América, Hong Kong, Líbano, México, Nigéria, Panamá, Paraguai, Peru e até dos remotos Saara Ocidental e Zimbabwe.

Por isso mesmo, Julio dispara: “O governo precisa continuar fazendo sua parte, mas não existe muito a fazer no momento, a não ser promover os reajustes fiscais e tributários, além de cortar gastos. Medidas impopulares, sim, mas que já deviam ter sido feitas há milênios. Se não forem realizadas logo, o bonde da economia não dá arranque e o Brasil vai continuar que nem siri: andando de lado”.

“Na moda, é hora de abastecer o mercado nacional, aproveitando essa limpeza que está sendo feita na política. É preciso não se acomodar dando prosseguimento ao combate à podridão em todas as esferas governamentais, pois isso afeta o Brasil como um todo. Mas, vamos combinar, o governo cuida do básico, ainda mais com a União sem dinheiro e os Estados quebrados, como o Rio de Janeiro. O mercado precisa se mexer por si só”, decreta Julio Viana.

Para ele, é momento, tanto dos governos quanto do empresariado, de unir forças e começar a trabalhar em conjunto, cada qual fazendo sua parte. “Sou gaúcho, estamos depositando fé no Nelson Marchezan Filho na Prefeitura de Porto Alegre e é ótimo ver o Ceará, que fez a lição de casa e está melhor que os demais estados. Mas a gente sabe que, mesmo que todo mundo cumpra o seu papel, vai demorar e o resultado não aparece em 2017″.

Ele reforça o fato de que o frio inesperado do ano passado colaborou para dar uma sacudidela num mercado que estava estagnado, fazendo a economia na moda girar, apesar dos pesares. “Tivemos temperaturas baixas, o que se estendeu ao longo do segundo semestre e assim os lojistas tiveram que repor parte dos seus estoques porque venderam aquilo que estava parado. Sem mercadoria nova, ninguém sai da crise. Isso foi bom e torcemos para que haja frio novamente este ano, as previsões são de um próximo inverno gelado. Mas o clima ajudando é somente uma parte: ano passado teve gente que comprou e depois não conseguiu pagar. Isso gera incerteza nos expositores, que não querem se arriscar. Não há como negar que todo mundo teve que andar botando dinheiro nas empresas. Houve gente que parou, gente boa que fechou loja, que encerrou atividades. Teve até quem conseguisse remar contra a maré e sobreviveu, como a Renner. O país é eclético. Mas, por outro lado, já passei por todos os planos econômicos nos últimos 30 anos e, pelo menos, agora não temos inflação de 80% “.

Ainda dentro do ambiente governamental, o empresário acentua a necessidade de se investir em educação: “É um absurdo o Brasil estar no 60º lugar nesse campo, num ranking de 76 países. Se o governo não olhar essa questão com cuidado, vamos perder muita gente boa porque o mundo ficou pequeno e a turma nova está indo para fora”.

Serviço:

2ª Fenin Fashion São Paulo

De 15 a 18 de Janeiro de 2017

Horário: das 10 às 20hs

Pavilhão de Exposições do Anhembi

Zona Norte – São Paulo – SP

21ª Fenin Fashion RS Gramado – outono inverno 2017

De 24 a 27 de Janeiro de 2017.

Horário: das 10 às 19hs

Local: Serra Park – Gramado (RS)

www.fenin.com.br

fonte: Alexandre Schnabl – 12 de janeiro de 2017 – Baralho Fashion

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